Eu não acredito em kharma. Não creio que uma pessoa receberá um castigo divino por ter feito mal a alguém específico. A vida não é sobre nós. Não temos toda essa importância na imensa engrenagem universal. Um Deus maior estaria ocupado demais para castigar aquele cara que te fechou no trânsito ou aquele chefe que impediu a tua promoção na empresa. Pelo contrário, muitas vezes o cara que botou sua vida em risco, exatamente naquele dia, acertou os números da loteria. E o chefe escroto ganhou uma viagem cafona de cruzeiro. Afff. Você odiaria, mas ele amou.
No entanto, acredito na inevitável inversão de papéis que a vida nos impõe. Ou seja, a “lei do universo” é física, não espiritual. A terra gira e uma hora estamos por cima, logo em seguida, estamos por baixo. Um dia ganhamos, noutro perdemos. Magoamos e somos magoados. Traímos e somos traídos. Uns tem mais sorte. Outros, menos. E aí, meu amigo, invariavelmente alguém vai cruzar o caminho daquele que te fechou no trânsito, não porque ele fez mal a você, mas porque ele está vivo e dirige. Pessoas vivas e que dirigem estão sempre em risco. E aquele chefe que te ferrou um dia, vai ter o tapete puxado por outro alguém, porque ninguém escapa do ser humano e suas imperfeições. Nem você. Nem de você!
O inverso também vale. Quanta coisa boa nos atropela. Justo naquele dia em que tudo estava sem graça, algo incrível acontece. Dizem que a verdadeira felicidade só existe quando não é esperada. A tal felicidade “desesperada” do filósofo André Comte-Sponville. Como viver bem nesse imenso campo físico? Cultiva bem tua mente, teu corpo e teu espírito. Sim, acredito nas coisas do invisível. Energia pura. Organismo vivo. A vida é laboratório. É cálculo de velocidade e distância. Tem ilusão de óptica e mecânica.
Eletricidade e vibração. Viver é solucionar, diariamente, a equação do nosso coração.