Dia das mães

Angela traz suas memórias de infância e fala sobre as diversidades que uma mãe tem em sua família

14/05/2023 09:00
Dia das mães

Costumo dizer que o meu dia das mães é de emoções divididas, pela ausência e saudade que sinto da minha, mas pela enorme felicidade de ter colocado dois seres lindos neste mundo e que são minha razão de viver.

Sou daquelas mães que curte qualquer rolê com eles (mesmo os mais estranhos risos), que guarda as cartas, os porta-retratos feitos com palitos de picolé. Ser mãe foi uma experiência transformadora – e tive duas, que mudaram sensivelmente e definitivamente os rumos da minha vida. Longe de romantizar, ser mãe é difícil, porque ninguém escreveu ainda esse manual e vamos tentando, às vezes de maneiras bem desastradas, encontrar um rumo que aponte à direção desejada. Não existe certo, tampouco errado: o possível e o impossível convivem conosco o tempo todo.

Graças aos meus meninos, eu aprendi o verdadeiro sentido da doação. Por eles, todo santo dia, é que me esforço para ser melhor – embora nem todo dia eu consiga. Paciência. O Show tem que continuar.

Depois deles, ganhei outras duas certidões de nascimento, porque renasci com o Lucca e com o Ênio.
Depois deles, entendi o clichê do coração que bate fora do peito (e que muitas vezes quase me mata de susto!).

Depois deles, passei a dormir menos ainda. Essa coisa de que “quando eles crescerem, a gente vai ter tempo pra dormir”, é mentira, viu? (risos)

Por eles, aturei um monte, mas tirei de minha vida o que era dispensável. Eles são minha bateria, meu ar, minha vida.
Por eles, abri mão de ser a única mãe e eles têm uma segunda mãe, a Lili, que os ama feito uma leoa. Ela briga comigo se eu brigo com eles. Né, Lili???

Para eles, meu conceito de família é ainda mais amplo, diverso, plural. Entre nós, jamais houve temas proibidos.
Para eles, eu compro manteiga sem sal, porque o Lucca só gosta de bolo com manteiga sem sal. Mas é a Lili quem faz todas as vontades dos meus meninos.

E com eles, eu alimento o sonho de um futuro menos duro, com ética, justiça social e amor.

Para todas vocês, mães, mães de planta, mães de pet, mães dos próprios pais, de filhos postiços, desejo um dia lindo, porque há muito do maternar em todas que dedicam-se a cuidar.

Angela Sicilia.

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