Cansado daquela roupa que você usou apenas duas vezes e, definitivamente, não combina com seu estilo? Livre-se da peça e, de quebra, ajude a divulgar e fortalecer um novo conceito de consumo: produtos aproveitados até a utilidade máxima e com muita classe. Trocar roupas, objetos e acessórios com amigos, e até mesmo desconhecidos, além de estar na moda é sinal de preocupação e zelo com o planeta. Bem vindo ao mundo dos brechós conscientes!

Comprar uma roupa usada pode parecer loucura para muitos, mas o hábito está impregnado de significados. Na Europa, por exemplo, é possível visitar diversos Brechós, com os mais variados temas: desde estabelecimentos específicos com foco em acessórios, como joias, a lojas que revendem peças de uma única marca. A ideia refinada, ligada ao uso de objetos de segunda mão, chegou ao Brasil e tem adeptos por todos os cantos do país.

Dentro desta corrente, que tem seguidores cults e moderninhos, é possível encontrar vertentes que defendam o conceito por trás do conceito: que vai além do resultado visual. É o caso do projeto ‘DeixaPega’, idealizado por um grupo de designers em Belém. Desde o ano passado, eles realizam edições ‘diferenciadas’ de brechós, em que o objetivo principal é criar uma rede em que produtos ganhem uma nova importância, nas mãos de outras pessoas.

Troca-troca

Nas sessões do projeto não circula dinheiro. A moeda é a troca. A ideia é de que as pessoas levem para os encontros peças e objetos que acumulam poeira em casa e saiam de lá com algo ‘novo’. ‘A base do projeto é mesmo a troca. E pode-se levar de tudo para nossos encontros, de roupas a calçados; livros e outros objetos pessoais. Queremos estimular o desapego material e o consumo inteligente’, explica Mariana Faro, uma das criadoras do projeto.

O grupo se conheceu durante a semana acadêmica de Design na Universidade Estadual do Pará e ali fundamentaram a discussão sobre uma nova relação de consumo, ideal que guia a realização das ‘Sessões do Desapego’. ‘Com este trabalho queremos contribuir para uma rede colaborativa. Além do mais, nada mau adquirir coisas novas se desfazendo daquilo eu não queremos mais, né?’, brinca Mariana.  

Já foram realizadas 8 edições do projeto e não há como saber quantas peças já trocadas pelos bazares do ‘DeixaPega’. Livros, calçados e roupas são os objetos que causam mais frisson entre os frequentadores das sessões. Eliana Gomes, estudante universitária, já participou de duas edições do projeto e não tem do que se queixar. ‘Eu adoro participar de brechós, principalmente porque sempre encontro peças com uma cara mais retrô, coisa que combina com meu estilo, e tudo por um preço bem justo, que é o de troca mesmo’, considera Eliana, que saiu da última sessão com duas blusas e um livro, além da sensação de dever cumprido.

Conheça mais sobre o projeto no site www.deixapega.com.br.

No vídeo, conheça um Brechó de Paris, cidade mundialmente conhecida pelo apego a boa e gostosa 'roupa velha'. Veja: