1. Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço - Adriana Negreiros (Companhia das Letras, 296 p.)
Com teor biográfico e traçando um panorama do papel feminino no sertão de Lampião, a jornalista Adriana Negreiros destrincha os valores e a realidade das mulheres que ousavam andar com o Rei do Cangaço em uma narrativa envolvente. Minha melhor leitura de 2020, e um dos melhores dos últimos anos.
2. Quarto de despejo: diário de uma favelada - Carolina Maria de Jesus (Editora Ática, 264 p.)
Recentemente homenageada em uma exposição no Instituto Moreira Salles, Carolina de Jesus finalmente tem o seu lugar reconhecido no panteão das grandes escritoras brasileiras. Sua obra mais famosa ganhou uma edição comemorativa. Na minha humilde opinião, leitura indispensável a todo brasileiro.
3. Flor de Gume - Monique Malcher (Editora Jandaíra, 232 p.)
As vivências femininas na Amazônia são abordadas no livro de 37 contos de Monique Malcher, autora paraense recentemente laureada com o Prêmio Jabuti, o maior da literatura brasileira.
4. Vista Chinesa - Tatiana Salem Levy (todavia, 112 p.)
A partir do relato de estupro sofrido por uma grande amiga, Tatiana Salem Levy mostra que a literatura de alto nível torna a mais horrenda crueldade instigante. Possui trechos sensíveis.
5. A cabeça do Santo - Socorro Acioli (Companhia das Letras, 176 p.)
"Desgraça é tudo coisa de se rir", narra a cearense Socorro Acioli em seu primeiro romance adulto elaborado em uma oficina de ninguém menos de García Marquez. A autora conta a história de Samuel, um órfão que acaba indo morar dentro da cabeça de uma estátua abandonada (que realmente existe, diga-se de passagem) e ouve as preces de toda a cidade. Igualmente bem- humorado e bem escrito.