“Eu enxergo a minha trajetória com um olhar de amadurecimento”, declara orgulhoso Marinaldo Santos. Para ele, o maior orgulho é saber que é um artista do norte, e que teve a oportunidade de expor seu trabalho no Pará e fora do estado.
Um dos artistas plásticos mais premiados e reconhecidos da região, Marinaldo Santos nasceu em 1961 em Belém e tem seus trabalhos expostos no Brasil e no exterior, em locais como França, Miami, Holanda, Portugal, Bélgica e Alemanha.
Destaque em nossa Galeria LiV, Marinaldo conversou conosco sobre sua carreira, trajetória e novos projetos. É interessante perceber em seu acervo artístico recortes urbanos, e materiais reaproveitados. Segundo ele, 80% do material usado em suas obras provém da reciclagem, de itens como o alumínio e o plástico. “Eu trabalho com uma série de itens que encontro por aqui, que as pessoas não querem e eu dou um novo sentido a eles”.
A escolha de usar itens reciclados não é aleatória. Marinaldo revela um pouco de sua história pessoal, rememorando a infância que viveu no bairro de Icoaraci, distrito de Belém. “Por não ter um carrinho, eu fazia aqueles de lata de leite, fazia uma caçamba, criava o próprio brinquedo”, afirma.
“Eu nunca imaginava ser artista”, diz. “Mas quando comecei a amadurecer meu trabalho, percebi que tinha o meu próprio material em mãos, e que tinha explorado isso quando criança.”
Marinaldo também reflete sobre seus passos, e principalmente sobre ressignificar sua atuação nos últimos anos. “Com a pandemia, tivemos que repensar muita coisa. Não somente na minha área, mas para os artistas foi difícil. Você tem um mercado muito pequeno. Mas a internet me ajudou, foi um caminho que eu tive que tomar.”
Ele se vê feliz com as ferramentas atuais, e como elas permitem expandir o alcance de seus trabalhos. Para o artista, é muito mais fácil atingir novos públicos que não conheciam suas obras. Entretanto, não são todas as tecnologias que agradam Marinaldo. Quando perguntado sobre inteligência artificial, ele revela se opor ao uso. “Para mim, a inteligência artificial não tem emoção e não se questiona. É uma ferramenta que eu não usaria. É o que eu digo: o artista precisa sentir, ter um discurso dentro dele.”
Para o futuro, o artista declara que tem vontade de fazer esculturas e criar móveis. Resta o tempo para saber quais são as surpresas que a arte criativa de Marinaldo Santos nos reserva.
Confira o acervo do artista:
