Ursula Vidal

A voz grave, os gestos largos, o sorriso aberto. Ursula Vidal (...) é dessas pessoas que nunca passam despercebidas.

03/07/2019 15:38 / Por: Rita Soares/ Foto: Dudu Maroja
Ursula Vidal

A entrevista com a Ursula Vidal continua aqui em nosso site: sua trajetória política é pauta deste conteúdo exclusivo que você lê em www.revistaliv.com.br

Mas ali já não foi uma semente?

Não. Isso [o interesse pela política partidária] aconteceu por volta de 2011 quando comecei a me envolver com a temática de sustentabilidade.

Aí você se filiou à Rede?

A intenção era a filiação à Rede, mas, em 2013, a Rede não conseguiu registro (no Tribunal Superior Eleitoral) e então todos nós fizemos as chamadas filiações solidárias que eram no PSB ou no PPS. Eu escolhi o PPS e decidi por uma candidatura a deputada estadual em 2014.

E como se deu a saída da Rede para o Psol?

Naquele momento, começamos a viver reverses muito graves no processo democrático já com a discussão do impeachment (da então presidente Dilma Rousseff). A Rede liberou seus filiados. Significava que cada um de nós podia se posicionar de acordo com sua consciência política. Meu posicionamento público foi diferente da maioria dos meus colegas de partido aqui no Pará e eu era presidente do partido. Isso causou desconforto porque a minha postura não dialogava com a postura da grande maioria do partido. Isso me levou a um campo ideológico cada vez mais alinhado com a esquerda.

E aí para assumir a Secretaria de Cultura do governo Helder você saiu do Psol...

Foi um entendimento do partido de que o Psol não poderia ter nenhum dos seus membros fazendo parte do governo Helder. Chegamos a ter diálogo com algumas lideranças. Entendemos que essa foi uma decisão da maioria e eu tive que respeitar, mas tenho profunda admiração por todas as lideranças, correntes, pela articulação social que o partido tem. O Psol é um partido extraordinário.

Você não teme perder sua identidade política a partir dessa saída do Psol?

Minha história na estrada da política está muito ligada às bandeiras nas quais eu acredito. Eu acredito que a bandeira da sustentabilidade tem sentido de urgência, acredito que as bandeiras da valorização da cultura, da preservação do patrimônio, da valorização das políticas de fomento, de circulação, de produção são absolutamente vitais para termos uma sociedade que garanta o acesso a direitos básicos.

Voltando agora ao meu assunto predileto. Toda vez que se fala em eleições municipais teu nome é o primeiro a aparecer. És pré-candidata?

Olha, qualquer candidatura depende de uma conjunção de variáveis...

Tu já te filiaste a algum partido?

Não, eu não estou filiada.

E você vai se filiar?

Pois é. Essa é uma decisão que a gente precisa amadurecer ao longo do processo, nesse momento...

Já tem convites, imagino eu...

Não. Não tenho convites ainda de nenhum partido. Mas, olha, neste momento, a gente está focado em dar celeridade, em garantir eficiência para todas as ações que a gente vem fazendo, as articulações, o desenho de política pública. Agora, evidentemente, a gente sabe que já existe um clima na capital de antecipação das paixões e dos fervores eleitorais, muito por conta desse cenário político que nós estamos vivendo no Brasil.  É natural que as pessoas tenham uma memória do bom desempenho eleitoral que eu tive na eleição passada para o Senado.  Mas essa candidatura depende de muitas variáveis.

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