A era dos heróis começou a perder força e com isso outros
gêneros foram ganhando destaque, um deles é a fantasia. Já tivemos uma série de
Senhor dos Anéis e um spin off de Game of Thrones, tivemos também uma nova
animação de He-Man feita pela Netflix e uma adaptação do jogo de RPG Dungeons
& Dragons nos cinemas. Com isso a Disney também resolveu entrar nessa onda
e lançou sua nova série de fantasia.
E se você soubesse que os deuses gregos não são apenas lendas e ainda existissem no nosso mundo? E se além disso tudo, você descobrisse que é filho de um deus? Bom, é o que acontece com Percy Jackson, protagonista da mais nova série do Disney+ e que também dá título à série. Percy Jackson e o Ladrão de Raios é mais uma tentativa de adaptar a obra do escritor Rick Riordan, que teve uma adaptação pros cinemas em 2010, uma sequência em 2013 e em 2023, ganhou uma nova adaptação em formato de série.
A trama segue a história de Percy Jackson, um garoto de 12
anos que até então tinha uma vida normal, até descobrir que os mitos gregos são
reais e que ele é um meio-sangue, filho de um deus. Percy tem um companheiro
fiel, seu amigo Grover, que se revela ser um sátiro, mistura de homem e bode,
que o leva até o Acampamento Meio-Sangue, um lugar onde os semideuses são
levados para treinar e ficar em segurança de todo tipo de criatura mitológica.
Chegando lá, Percy conhece Annabeth Chase, uma meio-sangue e filha da deusa Atena
e também descobre que é filho de um dos três grandes, o deus dos oceanos e das
marés, Poseidon.
A caminho do Acampamento Meio-Sangue, Percy, sua mãe Sally e Grover são perseguidos pelo Minotauro e a mãe de Percy é supostamente morta e já no acampamento, Percy descobre que o raio mestre de Zeus foi roubado e que sua mãe não morreu, mas foi levada pelo deus Hades ao submundo, é então que Percy é escolhido para sair em uma missão para recuperar o raio roubado de Zeus antes do solstício de verão ou haverá uma guerra, juntamente de Grover e Annabeth.
A série foi roteirizada pelo próprio autor, porém Riordan
não é um roteirista e sim um escritor e isso pesou durante a série, que parte do
mesmo princípio do livro, porém em um ritmo completamente acelerado, tropeçando
em seu próprio enredo. Em muitos momentos Rick escreveu a série como se fosse
um livro, colocando bastante diálogos explicativos, que seria facilmente
resolvido de forma visual e daria mais dinâmica aos episódios, que inclusive
possuem cortes bruscos que gerou muito estranhamento, ainda mais sendo uma
série da Disney.
Enquanto na adaptação para o cinema, onde Percy (vivido pelo ator Logan Lerman) tinha 16 anos, aqui eles acertaram quando o personagem tem a mesma idade do que no livro, que é 12 anos e a escalação do ator Walker Scobell também foi certeira, pois ele tem um ano a mais que o protagonista e encaixou perfeitamente no papel, não só ele, mas os outros atores também caíram como uma luva, principalmente Annabeth, que na primeira versão foi interpretada por Alexandra Daddario e aqui é interpretada fielmente pela atriz estreante Leah Jffries e por fim, Grover, que foi interpretado pelo ator e cantor Brandon T. Jones nos cinemas, aqui foi interpretado por Aryan Simhadri.
Percy Jackson e os Olimpianos prometeu dar uma nova cara às
produções de fantasia, mas infelizmente naufraga no meio do caminho, entregando
uma série promissora, porém sem carisma, com uma direção fraca e diálogos explicativos
demais e que provam que os autores nem sempre devem escrever os roteiros de adaptações de suas próprias obras.