Ao final do primeiro semestre de 2010 a União Internacional de Telecomunicações anunciou uma pesquisa que afirma: em torno de 25% da população mundial tem acesso frequente à rede digital. Proporcionalmente pode até parecer pouco, mas na prática a constatação significa uma teia gigantesca de computadores transmitindo informações de mais de 2 bilhões de pessoas de um lado para outro no planeta. Além disso, há ainda uma quantidade quase incontável de lan houses e de computadores empresariais que participam desta circulação absurda de documentos. Junta-se ao emaranhado de máquinas interligadas algumas dezenas de redes sociais e pronto: o medo da violação de segurança na internet está instalado.
E-mail, facebook, twitter, Orkut, msn. Todo mundo sabe que a popularização de canais de comunicação pela rede não só significou uma evolução nas relações, como também a ampliação de caminhos para ação de hackers. O que muitos não sabem é que algumas medidas básicas, fáceis para qualquer leigo, podem evitar dores de cabeça e proporcionar uma vida virtual tranquila a qualquer um.
Tudo começa pelo e-mail
Um dos canais responsáveis pelos maiores problemas na rede mundial é o e-mail. Isso se dá por um motivo simples: a troca de informações entre usuários da internet que se comunicam por redes sociais – amplamente usadas na contemporaneidade - passa pelos e-mails que hospedam suas contas. E a cada vez que você adiciona um amigo no Orkut ou troca uma mensagem com alguém no twitter, por exemplo, seu endereço de e-mail viaja pela rede. E é esta abertura e fluxo que implicam na divulgação de inúmeros endereços eletrônicos por aí, que fazem a festa dos criminosos virtuais. “O e-mail é um dos caminhos favoritos para hackers proliferarem vírus e também aplicarem golpes, pois, por ali, eles podem ter acesso a informações valiosas e a teia de contatos do endereço invadido, ou seja, mais vítimas”, esclarece Erivelton Araújo, analista de redes, especialista em segurança na internet. A solução: cuidado ao usar computadores públicos e até mesmo privados. Quanto menos pessoas tiverem acesso a sua senha, melhor.
Outro problema relacionado ao e-mail são as mensagens automáticas. Normalmente enviadas em massa – conhecidas como spam - devem sempre despertar desconfiança, principalmente aquelas cujo destinatário se apresenta como instituições financeiras ou sistemas públicos. “Bancos e entidades governamentais não mandam e-mails solicitando informações pessoais. Esta prática não existe”, alerta o analista.
Outra dica importante: atenção à prática de envio e recebimento de e-mails por meio de redes de contatos. Ao receber um e-mail em que além de seu endereço aparece uma listagem de outros destinatários, você está ainda mais sujeito aos ataques de estelionatários. Como? Um exemplo: chega na sua caixa de entrada um e-mail de Feliz Natal da sua prima que mora na Itália. Além de mandar a mensagem a você, ela também enviou para outros primos, amigos e colegas que estudam em outros países da Europa. Se há a possibilidade de visualizar os endereços dos demais destinatários é porque sua prima optou pelo envio em “Cc”. Esta prática implica na proliferação da sua conta e partir disso seu endereço está “solto na rede” e, consequentemente, torna-se presa fácil para hackers.
“A melhor forma de prevenir que suas informações sobre a conta fiquem de lá para cá na grande rede é pedindo aos seus amigos que enviem e-mails a você através do ‘CCo’. Por lá seu e-mail fica oculto, o que restringe as possibilidades de usos de má fé de seu endereço”, diz Erivelton. Da mesma forma, faça isso pelos seus contatos e fuja da culpa de ter posto seus queridos em perigo na rede.
Cuidado na hora de comprar
O que não se encontra no mercado virtual? É difícil responder esta pergunta. A rede mundial tem de tudo e por preços que muitas vezes variam de forma assustadora - uma das melhores coisas propiciadas pela competitividade resultante da expansão da internet. Daí, o internauta tem milhões de opções de sites de venda, além daqueles que intermediam a relação entre vendedor e cliente. Entre tantos portais, mais uma vez os hackers conseguem espaço para corroer a rede.
Para evitar problemas na hora de adquirir um produto por meio da internet a melhor medida é a mais simples possível: pesquisar sobre o site do qual se pretende comprar o artigo. “Ao receber um link de um site de vendas através de e-mail, não vá ao endereço direto, procure o nome da empresa em um site de busca. Veja o que outros clientes falam a respeito, busque referências. É uma prática muito simples e que pode te prevenir de uma grande roubada”, enfatiza o analista de redes. Então, a dica é: pesquise a procedência do site.
Atualize-se!
E-mails, negociações pela internet, redes sociais... São muitos os meios para a atuação de hackers. Além de algumas atitudes básicas que criam barreiras que dificultam a ação de criminosos virtuais, há também um hábito imprescindível para quem utiliza a rede: a atualização de programas.
O mercado tecnológico é tão velox, que no momento da atualização do seu sistema operacional e navegador, já há outros melhores que podem substitui-los. Por isso, é importante estar atento às novidades. “Exatamente por ser um mercado muito acirrado, o lançamento de novos softwares e programas se traduz em equipamentos mais completos na praça. As empresas estão sempre em busca de melhorar os serviços e produtos para agregarem mais usuários e uma das formas mais eficazes de cativar clientes é através da preocupação com a segurança”, considera Erivelton.
Dependendo da máquina e da utilização a qual ela é destinada o usuário pode buscar ferramentas que mais condizem com o uso. Uma dica importante: os navegadores feitos a partir de softwares livres – que são, normalmente aqueles disponíveis gratuitamente -, por exemplo, são mais difíceis de serem corrompidos, por isso são considerados mais seguros.