O primeiro contato com Carole Crema é uma agradável surpresa. Ela responde ao pedido de entrevistas, enviado por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas, com uma doçura e generosidade impressionantes e demonstra aquilo que os clichês incansavelmente tentam explicar: é preciso ter muita alma para estar em uma cozinha. É o conselho que ela compartilha, aliás, com os confeiteiros que participam do “Que seja doce”, programa que vai ao ar pelo canal fechado GNT e do qual ela participa como jurada. “Aparência [do doce] é importante, mas o sabor... ah, não há comparação!”.
Carole foi a grande responsável pela popularização dos cupcakes no Brasil e pela “invenção” [se assim pode ser dito] do brigadeiro de colher. Modesta, ela conta que apenas “pegou um hábito do brasileiro [o de comer brigadeiro molinho ainda na panela] e o colocou à venda”. “Nunca alguém tinha pensado nisso.... e virou mania!”, diverte-se. O empreendedorismo e o amor aos doces conquistaram o reconhecimento do público e da mídia especializada, que a elegeu – três vezes – a melhor chef pâtissier do Brasil. “Muito orgulho e felicidade de ver meu esforço e dedicação serem reconhecidos... fazer doce é abraçar, dar carinho, cuidar das pessoas.... doce é indulgencia e amor, não é?”, filosofa.
Casa de doceira, colher de pau
Crema não esconde de ninguém sua predileção e paixão por doces. “Adoro beliscar docinho. Mas nunca na sobremesa! Sempre em momentos estranhos. De manhã, em jejum... de madrugada.... no meio da tarde!”.
Quando pergunto qual a receita de família (considerando que nossa entrevistada nasceu no seio de uma família de mulheres exímias cozinheiras) mais tradicional e que ela seguia à risca, a resposta surpreende novamente. “Muito convívio, muita conversa e diversão!!! Não deixo de sentar à mesa com meus filhos para as refeições (claro que não conseguimos todos os dias, mas nos esforçamos para isso). Neste momento conversamos, ficamos sem celular e são momentos especiais demais!”. Equilíbrio, aliás, é o que não pode faltar à vida, nem aos doces. Até porque, como ela mesma faz questão de enfatizar, “sal não pode faltar a um doce... pra realçar. E não pode haver culpa também!”
Carole Crema compartilha com os leitores da Revista Leal Moreira uma de suas receitas de maior sucesso, o “Bolo Chiffon de Laranja”.
CHIFFON DE LARANJA
Ingredientes:
- 225g de farinha de trigo
- 340g de açúcar
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 120ml de óleo
- 6 ovos
- 60ml de leite
- 120ml de suco de laranja pera
- Raspas de 1 laranja pera
- Essência de baunilha
Preparo:
- Peneire junto a farinha, o fermento e o açúcar e reserve.
- Misture os ingredientes líquidos (incluindo gemas e raspas de laranja) e adicione-os aos poucos a mistura de secos até formar uma massa homogênea.
- Bata as claras em neve e adicione na massa, delicadamente.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 160oC por cerca de 1 hora, em forma não untada, até que esteja firme e levemente dourado.
- Vire-o de cabeça para baixo e deixe-o descansar assim até que a massa esfrie completamente.
CALDA DE AÇÚCAR PARA COBRIR
Ingredientes:
- 500g de glaçúcar
- 60g de leite
- Gotas de suco de limão
Preparo:
- Aqueça o leite e misture ao açúcar e limão. Se preciso, ajuste a consistência com mais água.
- Misture bem para o açúcar dissolver e quando estiver bem liso, cubra o bolo ainda morno.