“Foram mais de cem inscrições recebidas e a seleção inicial foi feita por meio de vídeos enviados pelos candidatos”, conta. O esforço da seleção, segundo ele, valeu a pena. “Foi uma coisa muito interessante o que aconteceu porque nós conseguimos juntar um grupo de músicos extraordinário e que já, desde os primeiros ensaios presenciais, demonstrou um enorme entrosamento. Foi como se já tocassem juntos há tempos. Um casamento maravilhoso”, explica Eduardo Lima.
Volta aos palcos e novo repertório
Antes do show realizado no Theatro da Paz em agosto, a última apresentação da Amazônia Jazz Band nos palcos com sua formação completa foi em fevereiro de 2020. Um ano e meio depois de voltar a se apresentar para o público e justamente na maior casa de espetáculos do Estado foi uma emoção indescritível. “Esse reencontro com o público foi de muita emoção. Colocamos ali todo nosso trabalho, carinho e amor”, relembra o maestro.
O retorno trouxe um repertório com uma forte base nos clássicos do jazz e das famosas big bands, mas Eduardo Lima diz que, agora à frente do grupo, vai tentar imprimir um pouco de sua marca pessoal ao trabalho desenvolvido pelos músicos sem, é evidente, perder a essência daquela que é uma das mais tradicionais bandas da região Norte.
“Vamos manter, é lógico, o repertório tradicional da Amazônia Jazz Band que cativa o público há tantos anos, mas queremos experimentar mais e aproveitar melhor a rica sonoridade da região amazônica, trazendo ao público peças populares e novos ritmos”, explica. Um pouco desta nova marca já pode ser visto nas apresentações mais recentes, quando foram apresentadas músicas de Michael Jackson, além de carimbós e merengues.
Interiorização
Os planos do maestro também incluem um processo de interiorização cada vez maior do grupo. O sonho é fazer com que a Amazônia Jazz Band possa circular por várias cidades paraenses. “O Pará tem uma rica cultura musical. Temos muitos grandes músicos e poder realizar essa troca de experiências é uma das nossas ideias. A cultura precisa circular”, afirma.
Do sax a regência
Eduardo Lima é paraense e integra a Amazônia Jazz Band como saxofonista e flautista há 24 anos. Ele vem de uma família musical. Sendo neto de trompetista, a música sempre esteve presente no cotidiano doméstico até que, aos 11 anos, a mãe, percebendo o interesse pela música, apresentou para ele o saxofone.
Naquele momento, a paixão pela música começou a ganhar contornos sólidos, iniciando os estudos do instrumento com os professores Paulo Levy e Jesus Martins. O passo seguinte foi ingressar na Banda Jovem do Conservatório Carlos Gomes e, a partir dali, sua trajetória foi marcada pelo aprimoramento da prática musical em grupo.
Nova formação
Composta atualmente por 22 músicos, um maestro, um produtor e uma equipe de apoio com quatro pessoas, a Amazônia Jazz Band surgiu em 1994, com remanescentes da Big Band, um grupo artístico da Fundação Carlos Gomes. A profissionalização da banda ocorreu em 1996, quando foi encampada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult-Pa), em 1996.