A casa inteligente - que faz tudo automaticamente para o morador - ainda é coisa do futuro. Mas a automatização de atividades antes feitas manualmente, como ligar uma iluminação diferenciada na sua sala, já é uma realidade. No escritório de arquitetura Fábio Seixas, Fernando Navarro e Marcos Loureiro Arquitetura e Interiores, de cada cinco clientes, dois já vêm com o desejo de automatizar alguma coisa no seu lar.
Embora não seja inédito, já que está sendo feita há algum tempo, a automação é uma novidade não muito explorada em Belém. A tecnologia já existia, mas havia poucos profissionais qualificados da própria região para fazer um projeto bem mais personalizado do que apenas um controle remoto para alguns objetos e ações. Sim: segundo o designer de interiores Fábio Seixas, atualmente é possível ir além de configurações pré-fabricadas e criar sistemas exclusivos para as necessidades específicas do cliente. Ele conta tudo sobre isso e automação residencial para o site da Revista Leal Moreira.
Como a automatização se apresenta atualmente?
A tecnologia é algo absolutamente presente na vida de qualquer ser humano. Na hora de planejar o espaço de convivência, os clientes fazem questão de que os arquitetos automatizem seus espaços, a fim de que o dia a dia seja facilitado. A automação residencial é o uso da tecnologia para facilitar e tornar automáticas algumas tarefas habituais que em uma casa convencional ficaria a cargo de seus moradores. Com sensores de presença, temporizadores ou até um simples toque em um botão do keypad ou do controle remoto, é possível acionar cenas ou tarefas pré-programadas - trazendo maior praticidade, segurança, economia e conforto para o morador.
Há quanto tempo vocês começaram a trabalhar com automação na arquitetura?
Nosso primeiro projeto foi há quatro anos, em um apartamento de 250 metros quadrados. O cliente utilizou automação na iluminação, na cortina, no home theater e na refrigeração. Mas foi usado um sistema que ainda não era controlado pelo celular e pelo tablet, e sim por teclas no interruptor na sala de entrada.
Há quanto tempo você percebeu que a automação começou a ganhar mais expressão aqui em Belém?
Há mais ou menos quatro ou cinco anos. Alguns clientes estão investindo realmente em automação hoje. Nos últimos dois anos, aumentou a procura. É difícil não aceitar, até porque o custo beneficio melhorou muito. Não custa caro e é grande o conforto proporcionado. Muitas empresas em Belém hoje oferecem o serviço, a manutenção...
Como você se preparou para pensar e oferecer automação nos projetos de vocês?
No primeiro contato com o cliente, conversamos e detectamos se ele gostaria ou não de investir na automação. Depois fazemos o projeto com tudo que é necessário para automatizar.
Como são pensados e planejados os recursos de automação na arquitetura?
Cada vez mais você consegue automatizar os produtos. É interessante, então, fazer de acordo com a necessidade do cliente. Não adianta fazer coisas que não serão utilizadas. Perguntamos primeiro o que ele precisa que seja automatizado.
Quando ele pode ser inserido no projeto?
Pode ser inserido logo no começo do projeto, quando você vai construir, começar a obra do chão. Hoje, porém, já existem automações para as quais não é necessário quebrar paredes e gesso para que funcionem. Você apenas troca as teclas de entrada, ou seja, o interruptor da tomada, e assim já tem o controle de luz, refrigeração, cortina... Assim, você já faz o controle de iluminação do seu home theater. Ele pode fazer uma simples reforma para incluir a automação ou inseri-la pensada no projeto inicial da obra.
Com a automação, o ideal é facilitar ou criar novas possibilidades de interação com o ambiente?
Antes, poucas empresas faziam em Belém. Era caro, tinha que pedir o produto de fora. Houve queda de valores há uns cinco anos. O valor se tornou acessível para o retorno que se tem. Hoje, o que mais se automatiza são as salas de vídeo, o home theater. Realiza-se a integração de imagens, sons, cortinas, TV, som, iluminação, refrigeração, ....
Quais ambientes que mais recebem novidades da automação?
A maior novidade é ser uma automação cada vez mais personalizada. É atingir o que realmente o cliente precisa. As tecnologias são voltadas geralmente para o home cinema.
Como é pensada a automação para pessoas que não tem muito contato com tecnologia?
Fazemos inicialmente uma entrevista com o cliente para detectar o grau de conhecimento tecnológico. O modo mais fácil e comum é criar os cenários controlados por teclas. Por meio do interruptor, aperta-se e já se monta um cenário pré-programado. Liga-se a TV, por exemplo, ou fecha-se a cortina, liga-se outro tipo de iluminação... A desvantagem é que você não pode personalizar. Tem de chamar o técnico para mudar algo. Já o controle pelo tablet ou smartphone é autoexplicativo e fácil de manusear. A grande vantagem é que, neles mesmos, você pode mudar o cenário e personalizar cada vez mais a automação. Isso foi mostrado no nosso espaço da Casa Cor Pará 2013, no Home Office do Arquiteto. O ambiente era todo personalizado. Hoje existem espaços pré determinados, mas por meio do smartphone você pode readaptar os cenários.
Onde a automação entra quando o assunto é segurança?
Por meio dela, você tem controle e aceso a câmeras, abertura de móveis por meio de senhas... Na Casa Cor, um dos armários abria-se e fechava-se por meio da automação. Abria o armário apenas quem tinha a senha. Podemos também por meio disso saber quem foi a última pessoa a acessar o armário, por meio do código de acesso. Isso favorece a segurança no ambiente.
Quem está pensando em investir em automação deve pensar em que primeiro?
A primeira pergunta é o que realmente ele gostaria de automatizar e se vale apena automatizar. Se você vai realmente utilizar aquilo ou aquele espaço. Se não for utilizar, não há motivos para automatizar. Depois de saber quais são os ambientes que precisam ser automatizados, o cliente deve procurar um profissional para orientá-lo e executar o projeto.